Intervenções Terapêuticas

Avaliação Psicológica

A Avaliação Psicológica é um processo científico que permite identificar e avaliar aspetos específicos, classificar o caso e prever o seu curso possível, para comunicar resultados.

Na entrevista inicial procura-se identificar o problema e os motivos da avaliação.

Formulam-se hipóteses, estabelece-se um plano de avaliação/observação. 

Seguidamente realiza-se uma averiguação mais aprofundada do caso, podendo recorrer-se ao uso de testes psicológicos quando se trata de crianças ou adolescentes.

Entrevista Clínica/Consulta Psicológica

A consulta psicológica é um método de observação com carácter terapêutico.

Centra-se nas vivências pessoais e enfatiza a relação interpessoal, permitindo apreender e analisar o funcionamento psíquico. 

Compreende-se a pessoa na sua especificidade – acontecimentos de vida, história pessoal e familiar, modo de gerir as relações com os outros, vida íntima, sonhos, temores – evidenciando o contexto em que surgem as dificuldades.

Psicoterapia:

O quadro e o processo numa psicoterapia analítica

O processo desenrola-se dentro de um quadro bastante rígido, relativo ao espaço, tempo, ritmo e preço das sessões.

Do quadro também faz parte um conjunto de regras, em que se evidenciam a neutralidade, a constância e a confidencialidade por parte do terapeuta.

O processo terapêutico é um processo relacional cujo objetivo é o desenvolvimento pessoal. 

Através da experiência da relação terapêutica, da interpretação e da compreensão dos seus vividos emocionais, o paciente pode alterar a sua representação do mundo; suprimem-se sintomas e reduz-se o sofrimento, dando lugar a maior segurança e tranquilidade e à abertura para soluções criativas.

 

Psicoterapia Analítica (criança, adolescente e adulto)

Consiste no tratamento de uma pessoa que se encontra em sofrimento psíquico. 

As suas dificuldades traduzem-se em sintomas variados: vazio, tristeza, angústia, falta de rendimento escolar ou profissional, etc.

Uma abordagem terapêutica analítica implica sempre três termos:

– um paciente portador de sintomas que solicita ajuda;

– um agente terapêutico que, tendo conhecimentos e um “saber fazer” especializado, se disponibiliza a ajudar;

– um meio privilegiado de comunicação e o estabelecimento de uma relação transferencial entre os dois parceiros referidos.

 
 

 

Psicoterapia da Criança

capuchinho vermelho

Normalmente são os pais que pedem ajuda para a criança, porque se preocupam com comportamentos cujo leque é variado: de ordem emocional, de rendimento escolar, de socialização, etc. 

É necessário criar um espaço securizante e fiável que possa suscitar na criança o desejo de se exprimir e o interesse pelo processo terapêutico.

O acolhimento e a atenção prestada devem ter em conta a sua faixa etária. 

“Da poltrona passamos para o tapete” e, em vez de usar sempre a palavra falada, proporcionamos situações lúdicas: o conto, o jogo, o desenho, a pintura, o faz de conta e as dramatizações são formas de expressão muito importantes, que estão mais próximas do funcionamento e do pensamento infantil.

 

Psicoterapia do Adolescente

O objetivo do sujeito adolescente é a construção definitiva das suas identificações e de uma representação coerente de si mesmo, da sua identidade e da sua própria subjetividade.

Certas características típicas desta faixa etária, como uma particular sensibilidade à dor mental, sentimentos de vazio e de abandono, tendência à “passagem ao ato”, necessidade de afeto e também de limites firmes, exigem de nós grande disponibilidade e tolerância. 

Se por um lado o jovem precisa de sentir interesse e abertura da parte do terapeuta, por outro também receia que essa compreensão se torne demasiado “aprisionante”. Muitas vezes nega e recusa as interpretações para se poder sentir ativo e autónomo no processo de descoberta de si mesmo.

 

Psicanálise

 

Uma psicanálise é um processo terapêutico demorado e em profundidade. Implica cerca de três sessões por semana e pode prolongar-se por vários anos. 

O paciente (de preferência no divã) é convidado a associar livremente e a comunicar pela palavra os seus desejos, fantasias e sonhos.

O psicanalista analisa e interpreta esses conteúdos, que são ligados com as resistências ao processo de pensamento, com a história do paciente e com os aspetos emocionais que se desenvolvem no campo analítico (transferência e contratransferência).

 

Psicodrama Psicanalítico de Grupo

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© Rui Alcântara

O psicodrama (criado por J. L. Moreno) apela para a expressão livre de sentimentos e emoções, através do corpo em ação e do jogo de papéis; o seu objetivo é a espontaneidade e a busca de soluções criativas na relação com os outros. É uma psicoterapia individual feita em grupo.

O que diferencia fundamentalmente a técnica do psicodrama psicanalítico de grupo por nós utilizada é a compreensão das diversas transferências e a importância conferida ao grupo como matriz – à imagem do grupo familiar -, fonte de múltiplas identificações e objeto protetor em relação às ansiedades e sentimentos de vazio.

Consideramos que esta terapia tem particular êxito com pacientes adolescentes: o grupo contém e organiza as angústias típicas desta faixa etária, e a utilização de técnicas corporais e realizações simbólicas favorece a participação ativa do jovem no seu processo de integração e autonomização.

 

Terapia Familiar e de Casal

A família é o primeiro grupo, a base, a matriz relacional para o indivíduo, um lugar de comunicação, estabilidade e continuidade.

Cada família tem as suas características e especificidades, a sua “personalidade própria”. 

Os valores do grupo familiar, construídos e mantidos através das gerações – aceites, questionados ou inconscientemente negados – são determinantes para a constituição da identidade do indivíduo.

A terapia familiar psicanalítica de casal e de família baseia-se na escuta empática do casal ou da família. 

A equipa terapêutica tem a função de suporte e facilitador da expressão dos desejos, sonhos, conflitos e equívocos, favorecendo o sentimento de continuidade do coletivo e a diferenciação e autonomização de cada sujeito.

 

Orientação Vocacional (escolar/profissional)

A orientação vocacional é uma intervenção que procura desenvolver competências de tomada de decisão, na vida escolar e profissional.

Ajuda o individuo a conhecer os seus interesses e as suas capacidades, construindo quadros de significação pessoal.

Desperta para o conhecimento dos valores, interesses pessoais, capacidades e experiências.

A intervenção em orientação vocacional engloba entrevistas em associação com instrumentos psicométricos.

A orientação vocacional pode ser individual ou realizada em grupo.

 
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